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sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Em qual momento devo buscar Psicoterapia ou Coaching?




O Coaching não deve ser confundido com Psicoterapia, portanto não resolve problemas emocionais. A diferença entre o Coaching e outros métodos psicoterapêuticos é muito simples:

A Psicoterapia foca seu conteúdo de trabalho em DORES e DISTÚRBIOS EMOCIONAIS, DIFICULDADES, PROBLEMAS; BUSCAM AS CAUSAS, A ORIGEM, E AS EXPLICAÇÕES DOS PROBLEMAS.

A Psicoterapia Cognitivo-Comportamental visa qualificar e melhorar sua vida do paciente. O psicoterapeuta trabalha junto com o paciente, ensinando e aplicando as técnicas cognitivas e comportamentais. Trata os sintomas de maneira direta e eficaz, com ênfase no presente do paciente (porque o paciente procurou terapia?) para isso é feito uma entrevista e uma avaliação com o paciente. O passado não é ignorado e nem poderiamos ignora-lo. Muitas vezes o paciente está tão envolvido pelo seu problema (depressão, transtorno Bipolar, transtorno do pânico, entre outros) que sua vida sofre inúmeras mudanças, precisando de uma intervenção mais direta e objetiva para que seu dia a dia retorne ao seu equilíbrio anterior.

O Coaching foca em SOLUÇÕES, RESOLUÇÕES, MUDANÇAS POSITIVAS CONCRETAS.

O COACH atua com mudança de crenças e comportamento tanto no campo pessoal quanto profissional. Os profissionais especialistas, meio de técnicas adquiridas, baseado em foco, reorientação, planejamento de objetivos, visão de futuro, resolução de problemas, remoção de obstáculos, obtenção de resultados, de forma rápida, eficaz e definitiva.


Avalie sua vida agora e decida.
Você se sente uma pessoa plenamente realizada e feliz?
Reflita como você está em sua vida nas seguintes áreas:
Pessoal, Saúde, Disposição, Desenvolvimento Intelectual, Equilíbrio Emocional, Família, Relacionamento Amoroso, Vida Social, Qualidade de Vida, Criatividade, Hobbies, Diversão, Plenitude e Felicidade. Você gostaria de potencializar os seus recursos pessoais, atingir suas metas com eficiência, eliminar suas limitações, encontrar harmonia e equilíbrio interior, ter uma vida plena e bem sucedida, realizar-se pessoalmente, nos relacionamentos e ter qualidade de vida?



Nas primeiras sessões você fará um mapeamento de seu estado atual e desenvolverá um plano detalhado para conquistar seus objetivos pessoais.
Você irá descobrir as respostas para as seguintes perguntas:
Onde estou agora? Quais são meus pontos fortes e pontos a serem melhorados? Como otimizar meus recursos e potencialidades? Quais são meus desejos de realizações? Para onde estou indo? Como é possível resolver este meu problema em particular? Como posso melhorar meus relacionamentos? Como ser bem sucedido(a)?

Sua energia vai para onde você concentra sua atenção e é esse o resultado que se revelará mais presente em sua vida. Por exemplo: Qual foi o foco de sua atenção hoje? Sucessos recentes? Problemas que você têm ou espera ter? Pré-ocupações? O que está acontecendo à sua volta no aqui e agora? As bênçãos de sua vida pelas quais se sente agradecido? O que outros disseram a você, sobre você? Seus objetivos, o que você realmente deseja obter em sua vida? Apenas reflita, observe, perceba...

Durante a entrevista utilizo diversas ferramentas para obtermos uma visão e avaliação de seu grau de satisfação com todas as áreas de sua vida. Assim, num primeiro momento, você já consegue visualizar onde está bem e onde precisa melhorar e desenvolver-se, que área é pré-requisito para o desenvolvimento da outra, qual a prioridade a ser trabalhada naquele momento particular, enfim, um guia de como iniciará seu planejamento com uma maior consciência de sua realidade atual e a de que pretende atingir.

Nesse momento vamos definir a sua necessidade, se é em coaching ou psicoterapia. Em ambas você irá obter benefícios.

*AUTO CONHECIMENTO
Entender suas preferências psicológicas e estilo pessoal.
Perceber pontos fortes e pontos a serem melhorados.
Avaliar o nível de stress e eliminá-lo.
Fazer uma auto-avaliação do seu estado atual.
*PLANEJAMENTO PESSOAL
Estabelecer metas e objetivos claros e alcançáveis.
Descobrir sua missão de vida e se alinhar com ela.
Definir um futuro brilhante e um caminho até ele.
*RECURSOS POTENCIALIZADOS
Acessar estados emocionais poderosos.
Entender os mecanismos da motivação e aumentá-la.
Aprimorar a confiança e a auto-estima.
Fortalecer sua identidade, valores e crenças.
Tornar-se confiante e assertivo(a).
Adquirir habilidades de comunicação e relacionamento eficazes.
Ampliar sua capacidade de convencimento e negociação.
Desenvolver mediação e resolução de conflitos.
*SUPERAÇÃO
Aprender a lidar com emoções limitantes como o medo e a ansiedade.
Resolver conflitos internos.
Ser mais equilibrado(a) e otimista.
Priorizar valores internos.
Estabelecer harmonia interna.
Sentir-se bem consigo mesmo(a)



A ANSIEDADE


Você é uma pessoa nervosa? É estressada? Vive ansioso(a)? Será que mora em uma cidade grande e cheia de problemas, com muitos gastos, crianças para criar, deveres a cumprir, medo de assalto? Será que pode deixar de ser ansioso(a) e viver uma vida mais “tranqüila” ? Há tanto que se pensar sobre esse assunto! A medicina, a psicologia, a filosofia, a sociologia e mesmo as religiões contribuem constantemente na busca de solução para este sentimento, que certamente acompanha todos os seres humanos e muitos animais nas diferentes idades da vida, e a muitos aflige sem piedade, até estados de completa incapacitação!
A ansiedade é uma condição biológica inerente aos seres humanos. É conseqüência do estado de alerta que apresentamos conforme nossas culturas, situações sociais, estados de humor, etc. Um aumento patológico deste estado, seja de maneira abrupta ou crônica gera os diversos tipos de transtornos da ansiedade que se manifestam com sintomas e sinais diversos.
O transtorno de ansiedade raramente ocorre isolado. Ele pode variar em sua apresentação e manifestar-se com outros transtornos ansiosos e com depressão e abuso de substâncias. Todos os pacientes com depressão e abuso de substâncias devem ser rastreados para a ansiedade. Uma significativa parcela de alcoolismo feminino pode estar associadas com o pânico e agorafobia.
Transtornos da ansiedade não podem ser "curados". No entanto, a recuperação funcional é uma meta alcançável, mas resolução completa dos sintomas e invulnerabilidade à recidiva não é o que se espera. Sintomas persistentes, a vulnerabilidade ao "normal" , ansiedade, stress e sintomas relacionados com a intensificação da ansiedade contribuem para o contínuo risco de recaída.
A seguir descrevemos os principais transtornos da esfera da ansiedade.
Transtorno do pânico
Manifestação rápida de angústia e desconforto, acompanhado de sintomas físicos que muitas vezes são sugestivos de doenças cardíacas, endócrinas ou distúrbio neurológico. No pânico os pacientes tornam-se assustados com o próprio medo e seus sintomas. Associados com medo / evitação de multidões (agorafobia), de condução, claustrofobia, estar longe de casa sozinho, etc. Sintomas involuem com o tempo (início súbito, rápida progressão para um pico, e de recuperação ao longo de 5 a 30 minutos).
Primeira linha do tratamento: terapia e / ou medicação (ISRS).

Fobia Social
Excesso ansiedade e angústia em quase todas as situações em que o indivíduo se sujeita a atenção social. Mais especificamente é a ansiedade e evitação de uma situação específica de desempenho social (falar em público, usar banheiros públicos, comer em público, etc).
Extremamente comum, podem ser gravemente debilitante e é muitas vezes ignorado ou minimizado porque ansiedade social é "normal". Os pacientes também geralmente sentem-se envergonhados e por isso muitas vezes não revelam seus sintomas, salvo se especificamente solicitado. Pode haver pânico, mas eles são limitadas a situações em que o paciente pode ser o centro das atenções.
Primeira linha do tratamento: terapia. A terapia cognitivo-comportamental é o nosso tratamento preferido. A medicação é utilizada em pacientes com sintomas graves ou com doenças associadas, como depressão. Alguns pacientes necessitam de treinamento de habilidades sociais.
Transtorno obsessivo-compulsivo (TOC)
Obsessões são pensamentos intrusivos recorrentes perturbadores para o paciente, incontroláveis, que muitas vezes envolvem receios de que venham a prejudicar o indivíduo ou outras pessoas a ele relacionadas. Exemplos típicos incluem pensamentos obsessivos acerca de contaminação levando a doenças, pensamentos obsessivos sobre a cometer erros que vão levar a danos permanentes. Conteúdo violento, de caráter sexual ou blasfêmia á freqüente. Compulsões são comportamentos repetitivos (por exemplo, lavagem, contar, repetir, verificar ...) que são executados de acordo com certas regras ou de uma forma estereotipada. Alguns pacientes podem resistir a suas compulsões, mas geralmente não conseguem controlá-las. TOC é o mais oculto dos transtornos de ansiedade. Os doentes devem ser perguntados especificamente sobre rituais de contagem, verificação e lavagem e outros pensamentos perturbadores intrusivos.
O tratamento é feito com medicação (ISRS, muitas vezes em doses elevadas).
Fobia Simples
Marcada pelo medo específico a certos objetos, animais ou situações circunscritas associadas a graves distúrbios após a exposição, a fobia simples ou específica pode se tornar um verdadeiro ataque de pânico seja pela exposição ou pela antecipação a esta exposição. É o transtorno mais comum em mulheres e o segundo mais comum em homens atrás apenas do transtorno por uso de drogas. E ordem decrescente a lista de fobias mais comuns é animais, tempestades, altura, doença, lesão e morte.
O tratamento varia conforme a limitação que o transtorno causa, pois muitas vezes o paciente adequou sua vida para não ser perturbado pelo objeto de seu medo. Mas em geral se não houver outra condição associada utilizam-se terapias, como a comportamental e a de base analítica. Eventualmente na terapia comportamental além dela própria usamos calmantes.
Transtorno de ansiedade generalizada (TAG)
Este transtorno tem se tornado o principal diagnóstico nas doenças da esfera da ansiedade quando não há ataque de pânico. O TAG também deve ser diferenciado da ansiedade normal, já que o primeiro é invasivo, excessivo, de difícil controle e associado a um sofrimento marcante. Ele apresenta um conjunto de sinais e sintomas categorizados em 2 grupos amplos: expectativa com apreensão e sintomas físicos. Os pacientes com TAG estão sempre apreensivos, esperam sempre o pior, têm tensão muscular, insônia, dificuldade de concentração, fadiga e irritabilidade

O tratamento envolve medicamentos ansiolíticos benzodiazepínicos ou não-benzodiazepínicos e antidepressivos, terapia comportamental, analítica ou de apoio. É claro que o momento da adoção de qualquer uma das estratégias depende da experiência do profissional e de seu vinculo com o paciente e é sempre o instrumento mais importante no tratamento.

TRANSTORNO DO SONO


Quem não dorme sabe o quanto o sono faz falta. E não há apenas um tipo de transtorno. Conhecemos mais de setenta transtornos. Definimos estes como condições caracterizadas por distúrbios dos padrões ou comportamentos normais do sono. Os transtornos do sono podem ser divididos em três categorias principais: DISSONIAS, i.e., transtornos caracterizados por insônia ou hipersonia; PARASSONIAS, comportamentos anormais do sono,  e transtornos do sono secundários a transtornos médicos ou psiquiátricos.
Algumas pessoas dormem mal por fatores orgânicos, como pela falta de substâncias químicas, que participam dos circuitos neurais controladores. Sabe-se que a falta de serotonina leva à insônia e a falta de noradrenalina suprime o sono paradoxal (sonho). Essas deficiências podem também ser muitas vezes provocadas por ausência de enzimas conversoras ou substâncias precursoras.
Entretanto, a maioria das pessoas que dorme mal é por origem externa. Não só pela falta de ritmo próprio na vida, como no caso dos trabalhadores noturnos, mas também pela quebra do ritmo biológico dos trabalhadores diurnos, devido às perturbações sociais, o ritmo das cidades, o grau de exigência do mercado de trabalho, preocupação com filhos, com provas, com parentes, com tudo.
Mas, com o passar da idade, as pessoas vão acumulando progressivamente distúrbios sobre o sono noturno e já não conseguem dormir mais do que seis horas de sono contínuo à noite. Em compensação, passam a cochilar ao longo do dia. A primeira conseqüência que todo mundo conhece é a perda de produtividade em geral em todas as atividades. Se o seu trabalho envolve periculosidade e o mesmo não é logo aposentado, torna-se um operário, mesmo de turno diurno, de alto risco pelas distrações que comete.
Levantamentos estatísticos mostram que os adultos dormem entre 4 e 8 horas, sem considerar a sua qualidade e sua saciedade. Sabe-se que a necessidade de sono na pessoa normal e adulta varia com a saúde, tipo de atividade, personalidade ou fase da vida. Crianças, estudantes, doentes e intelectuais necessitam de mais horas de sono e sonho. Porém, pessoas deprimidas, que ao mesmo tempo apresentam hipersonia, podem aprofundar a doença. Geralmente, quando se dorme menos torna-se menos criativo .
Por outro lado, sabe-se que a regularidade do sono é fundamental para a saúde. Isto significa ter hora certa para dormir e levantar. Mas, nem no seu apartamento ou casa o cidadão está livre de incômodos provenientes de trânsito, vizinhos, obras, igrejas, bares, boates e outras fontes de barulho, que, considerando sua natureza terrivelmente invasora, sobressai-se mais à noite devido à queda do ruído ambiental, e toma-se uma perturbação terrivelmente conflituosa para a maioria das pessoas por impedir um sono normal.
Milhões de pessoas no mundo recorrem a tranqüilizantes, do tipo diazepan, ou a outros ansiolíticos, como à bebidas alcoólicas, para tentar dormir à noite. Mas, a curto prazo perdem o sono paradoxal (sonho), portanto com sérios prejuízos para a qualidade do sono, e podem apresentar ou intoxicação ou sedação diurna ou outras formas de efeitos secundários. A longo prazo, podem ser levados à dependência, a alguma tolerância e, na retirada do medicamento, à síndrome de abstinência, ou seja, dificuldade de vencer transtornos terríveis na saúde para tentar se livrar da droga ou do álcool.
Tratamento da insônia primária
A insônia primária é um transtorno multidimensional e seu tratamento deverá combinar medidas não-farmacológicas e farmacológicas. As estratégias não farmacológicas incluem a higiene do sono e a terapia.
Em relação à higiene do sono, os pacientes serão aconselhados a realizar exercícios físicos exclusivamente durante a manhã ou nas primeiras horas da tarde; comer uma refeição leve acompanhada de ingestão de água limitada durante o jantar; evitar a nicotina, o álcool e as bebidas que contenham cafeína (café, chá, infusão de erva-mate, bebidas “cola” e inclusive o guaraná); providenciar que a cama, o colchão e a temperatura do quarto sejam agradáveis; regularizar a hora de deitar e levantar; utilizar o quarto somente para dormir; e manter  atividade sexual.
Terapias comportamentais têm sido desenvolvidas durante os últimos anos para ajudar o paciente com insônia primária. As mesmas se dirigem a reduzir a ansiedade e a apreensão que, embora em grau reduzido, incidem marcadamente no quadro clínico. A forma de terapia comportamental utilizada com maior freqüência é a de relaxamento que compreende uma série de procedimentos, como relaxamento muscular, meditação transcendental, ioga, biofeedback, etc.
As medidas farmacológicas incluem o uso de hipnóticos. Os hipnóticos têm ação benzodiazepínica têm muita eficácia mas desenvolvem o que chamamos de tolerância, e doses maiores são necessárias para obter o mesmo efeito, e este é um dos caminhos para a dependência. Dai o médico ser fundamental no acompanhamento do paciente com insônia.

Todos os hipnóticos benzodiazepínicos diminuem o sono de ondas lentas, o que não acontece com a nova geração de hipnóticos não-benzodiazepínicos, como o zolpidem, que não modifica a estrutura do sono, ou seja, não diminui o sono com ondas lentas e o sono REM. A reincidência da insônia logo após a suspensão brusca do tratamento é muito pouco freqüente com este segundo tipo de hipnótico, bem como é menor o desenvolvimento de dependência aos fármacos. 

TRANSTORNOS RELACIONADOS AO USO DE SUBSTÂNCIAS


É triste ver como a vida das pessoas e de famílias inteiras pode ser destruídas pelo abuso e pela dependência das drogas. É claro que há dependências menos graves, mas todas são consideradas doenças já que trazem inevitavelmente inúmeros prejuízos à saúde, às finanças, à vida social e ao bem estar do paciente e de seus familiares. E são muitas as drogas que causam dependência: Álcool, café, chocolate, cigarro, cocaína, maconha, heroína, LSD, ópio, sedativos, hipnóticos, etc. O abuso e dependência de drogas estão freqüentemente relacionados a outros transtornos mentais, como depressão, transtorno bipolar, ansiedade generalizada etc.
Dependência de drogas é o termo utilizado pelos médicos e que teve muitos significados com o passar das décadas. Os termos “vicio” e “viciado” tomaram tons pejorativos e têm sido evitados. Assim os termos melhor empregados para transtorno de substância são os conceitos de intoxicação,  abstinência, abuso e dependência de drogas. Vamos falar sobre cada um deles.
Intoxicação por substância é o conjunto de alterações psicológicas, ou de comportamento reversíveis causadas pela exposição aguda a determinada substância ou mais de uma, como humor instável, prejuízo cognitivo, alteração da memória, beligerância, etc. É por exemplo quando alguém está alcoolizado.
Abstinência de certa substância é o conjunto de sinais e sintomas determinados pela redução ou parada do uso desta substância, causando no individuo sofrimento ou prejuízos de saúde,  sociais, ocupacionais, etc. São tremores aumento de suor, irritabilidade, ansiedade, delírium, convulsões. Imagine o alcoólatra tremendo pela manhã e bebendo para parar o tremor e a ansiedade.
Abuso de uma substância é um padrão de uso recorrente da mesma, acarretando incapacidade de trabalhar,  cumprir obrigações na escola, com familiares e amigos, muitas vezes levando a problemas legais como detenções. O uso é continuado apesar dos problemas que traz ao individuo.
Dependência de uma substância ocorre quando se desenvolve tolerância a droga, isto é, redução do efeito da droga com o uso contínuo, necessitando de doses cada vez maiores para obter o efeito desejado. Na dependência o individuo tem aSíndrome  de Abstinênciae procura utilizar a droga para aliviar tais sintomas. Muito tempo do individuo é utilizado para obter e utilizar a droga. Ele abandona suas atividades sociais, ocupacionais e outras prazerosas exclusivamente para obter a droga. Muitas vezes o paciente faz tentativas de parar ou controlar o uso da droga, muitas vezes mal-sucedidas.
Também em relação aos transtornos com drogas utilizamos o termo co-dependência para designar os comportamentos de alguém muito ligado a um dependente de drogas. É o que chamamos por exemplo “esposa de alcoólatra”, que acaba consciente ou inconscientemente facilitando o uso e as recaídas por não terem clareza de que se trata de uma doença. Os co-dependentes desistem de ajudá-lo ou de impedir que use a droga, por vezes se sentindo com raiva, culpados, fracassados. No entanto isso faz parte da doença, a negação da perda de controle do uso da droga (é muito comum o dependente dizer que “para quando quer”). Assim os parentes muitas vezes também negam a existência da doença e não aceitam a idéia de que é necessária intervenção externa.Muitas vezes os co-dependentes atribuem a si mesmos o fracasso, sentindo baixa auto-estima e depressão, o que só piora o prognóstico da doença. Lembrem-se: A dependência de drogas É UMA DOENÇA.
TRATAMENTOS
Os tratamentos variam conforme a gravidade do transtorno e com o tipo de droga envolvida. Por exemplo um tabagista pode responder a uma breve intervenção com orientação, medicamentos para diminuir o desejo de fumar e terapia de apoio. Mas os tratamentos podem ser bem mais intervencionistas quando há necessidade de internação para desintoxicação e prevenção da síndrome de abstinência.
Todas as dependências apresentam sua gravidade individual, conforme o comprometimento e dificuldade pessoal em transformar-se. Além disso as chances do paciente aumentam muito quando há apoio familiar.

Caberá ao psiquiatra o diagnóstico da dependência e de outras doenças mentais relacionadas, como depressão, fobia, etc. Ele fará uso de medicações, terapia de base analítica e comportamental, apoio aos pacientes e familiares. O melhor tratamento envolve uma combinação de todo arsenal terapêutico conforme as demandas individuais.

TRANSTORNOS PSICÓTICOS


Presente em muitas doenças psiquiátricas - inclusive depressão, alcoolismo - o surto psicótico é a condição mais popularmente relacionada à doença mental, isto é, àquilo que as pessoas chamam de loucura. “ - Fulano surtou! Ficou louco! Pirou!” Ou é relacionada a uma doença espiritual, mística, etc. Em geral esta pessoa está em um surto psicótico.
O primeiro surto psicótico é uma experiência muito traumatizante para todos os pacientes, seja causado uma situação passageira, seja por conta de uma doença duradoura  como a Esquizofrenia. Assim é porque de repente ou aos poucos o paciente é “jogado” num mundo de percepções completamente estranhas, não compartilhadas por seus pares, angustiantes e apavorantes. Ou por vozes de origem desconhecida, comandando, influenciando seus atos, alterando seus pensamentos. Os transtornos psicóticos mais importantes serão resumidos a seguir.
Esquizofrenia é uma doença mental que se caracteriza por uma desorganização ampla dos processos mentais. É um quadro complexo que apresenta sinais e sintomas na área do pensamento, percepção e emoções, causando prejuízos nos estudos, no trabalho, nas relações sociais e familiares já que o paciente perde o sentido de realidade ficando incapaz de distinguir a experiência real da imaginária, pois É vivida como real. Essa doença se manifesta em surtos agudos com sintomatologia intensa, intercaladas com períodos de remissão, nos quais a recuperação não é completa havendo um prejuízo cognitivo, volitivo e organizacional.
A idade de início é o final da adolescência ou início da idade adulta. O curso é sempre crônico com marcada tendência à deterioração da personalidade. Há evidências de que a causa seria biológica, genética e ambientais. Filhos de esquizofrênicos têm uma chance 10 vezes.
A perspectiva das pessoas com esta doença têm melhorado muito nos últimos anos. Muitos pacientes melhoram o suficiente para levar vidas satisfatórias e independentes.É imprescindível lembrarmos que os portadores de esquizofrenia são cidadãos com direitos que devem ser respeitados.
Existem vários tipos de esquizofrenia, com prognósticos diferentes, assim o medico psiquiatra é indispensável no diagnóstico e tratamento do problema. O tratamento é multifatorial, e o psiquiatra utilizará medicamentos antipsicóticos, psicoterapia para psicóticos, abordagem da família e se preciso internação. Os grupos de auto-ajuda tem se mostrado muito eficazes para o apoio dos pacientes e familiares de portadores desta doença. Veja mais sobre isso em www.fenix.org.br.
O Transtorno Psicótico Breve pode ter um quadro clínico muito parecido com a Esquizofrenia, apresentando delírios, alucinações, linguagem ou comportamento desorganizado. Entretanto esses sintomas deverão estar presentes por um curto espaço de tempo e persistir por um dia, no máximo por 1 mês, melhorando completamente dentro desse período.
Geralmente encontramos situações estressantes que precipitam o quadro. O psiquiatra faz uso de medicamentos antipsicóticos, eventualmente necessitando internação hospitalar. A evolução desses quadros costuma ser benigna com total remissão dos sintomas.
O Transtorno Psicótico Compartilhado (Folie à Deux, Codependência) é uma situação rara na qual uma pessoa começa a apresentar sintomas psicóticos (delírios), a partir da convivência com um doente psicótico, em geral dentro de uma mesma família, entre cônjuges, pais e filhos ou entre irmãos. O tratamento consiste em separar as duas pessoas. Se houver persistência dos sintomas, pode ser necessário usar medicação antipsicótica. Psicoterapia e terapia familiar também ajudam no tratamento e prevenção.
O Transtorno Esquizofreniforme apresenta um quadro clínico muito parecido com a Esquizofrenia ou a Psicose Breve. A diferença deve-se ao tempo. Ou seja, os sintomas devem estar presentes por mais de um mês, porém os pacientes não devem ultrapassar seis meses com o quadro.
A remissão (melhora) deve ocorrer durante esse período, sendo que quanto mais curto for o episódio, melhor é o prognóstico. Prejuízo social ou ocupacional em função de seus sintomas podem estar presentes ou não. Seu tratamento é similar ao da Esquizofrenia.
O Transtorno Esquizoafetivo tem características de transtorno afetivo (depressão ou euforia) e transtorno psicótico. Esses sintomas podem apresentar-se juntos ou de maneira alternada. Ocorre também na adolescência ou início da idade adulta e costuma ter uma evolução mais benigna que a Esquizofrenia e pior que o Transtorno de Humor. O tratamento consiste em combinar os tratamentos da depressão com o da esquizofrenia conforme o medico avalie necessário.
Transtorno Delirante tem como principal sintoma um delírio. Delírio é um tipo de pensamento no qual o indivíduo tem uma crença inabalável em idéias falsas, não compartilhadas pelo meio que vive. Diferem da Esquizofrenia por não haver comprometimentode seu comportamento ou linguagem. Os pacientes podem apresentar alucinações, mais comumente relacionadas ao tato e ao olfato (cheiros). Apresenta diferentes subtipos:
Tipo erotomaníaco: delírio cujo tema central é que uma pessoa está apaixonada pelo paciente.  
Tipo grandioso: delírios de possuir um grande talento, conhecimento ou ter feito uma importante descoberta, de ser amigo de uma pessoa ilustre ou ser o portador de uma mensagem divina. Não deve ser confundido com a euforia do Transtorno Bipolar.
Tipo ciumento: delírios de que está sendo traído pelo cônjuge.
Tipo persecutório: delírios de que está sendo alvo de alguma perseguição.
Tipo somático: delírios de que possui alguma doença ou deficiência física. Pode ser muito grave chegando a referir a completa destruição de seus órgãos internos.

O tratamento é feito com medicação antipsicótica e psicoterapia.

TRANSTORNOS ALIMENTARES


Muita gente vai concordar que comer é um prazer mas para tantos alimentação é um martírio. Temos que nos alimentar com certa periodicidade, não tem jeito! E receber tudo aquilo que o corpo necessita. A máxima “somos aquilo que comemos” reflete a adequação daquilo que ingerimos, especialmente tudo o que é conseqüência da modernidade, da grande produção de alimentos, e daquilo que escolhemos para comer, muitas vezes baseados em aspectos sociais e psicológicos.
Comportamentos prejudiciais ao indivíduos relacionados á alimentação e ao peso são chamados de transtornos alimentares. Até 4% dos estudantes adolescentes e adultos jovens apresentam algum transtorno alimentar. Discutiremos os mais importantes.
Anorexia nervosa
Alardeada na mídia, esta doença atinge até 1% das adolescentes e afeta de 10 a 20 vezes mais as mulheres do que os homens. Muito freqüente entre bailarinas e modelos, pessoas com anorexia nervosa (AN) recusam-se a manter um peso mínimo normal para sua altura por temerem engordar ou por considerarem-se gordas conforme uma imagem distorcida de si mesmas. Em geral apresentam um comportamento muito peculiar, sempre envolvidas em atividades físicas ou fazendo as coisas com muitos detalhes e agilidade na tentativa de gastarem mais energia, ou manejando os alimentos repetidamente, cortando os em pedaços muito pequenos, reposicionando-os varias vezes no prato etc. São pessoas muito perfeccionistas e obsessivas, inclusive na infância.

A palavra “anorexia” significa falta de apetite, mas isto não é o que se observa na AN. O paciente sente fome, mas diante da fome ele toma dois possíveis caminhos: ou se impõe uma rigorosa restrição de alimentos mesmo com fome, ou comem por vezes escondido e provocam vomito ou tomam laxantes e diuréticos. “- Mas isso não é bulimia?” Na Bulimia nervosa o peso é normal ou aumentado. Mas a palavra “bulimia”  significa compulsão a comer, e pode acontecer tanto na AN como na doença Bulimia Nervosa.
Por fim, a AN é acompanhada de ausência de menstruação por 3 períodos consecutivos ao menos (amenorréia), em mulheres que já tiveram sua primeira menstruação. A amenorréia nem sempre está presente mas é muito típica da doença.
Bulimia Nervosa
Mais freqüente que a anorexia nervosa, a bulimia nervosa (BN) é uma doença caracterizada por compulsão alimentar em pessoas com peso normal ou excessivo também preocupadas com sua forma e seu peso corporal. Em geral os pacientes fazem isto de maneira inadequada e perigosa. Existem dois tipos, a saber, os que purgam (vomitam, tomam laxantes e diuréticos) e os que não purgam e só têm o “comer compulsivo”. Nestes pacientes a ingestão de alimentos ocorre em um período de tempo limitado (até duas horas) em quantidade bem maior que a maioria das pessoas. Eles descrevem que não conseguem se controlar, seja quanto á quantidade ou o tipo de alimento.

Obesidade
A obesidade refere-se a um excesso de adiposidade corporal. O índice mais comum de avaliação de obesidade é o índice de massa corpórea (IMC) que é calculado dividindo-se o peso em quilos pelo quadrado da altura em centímetros. Embora esse índice não reflita diretamente a quantidade de gordura, um valor entre 20 e 25 é considerado normal.

É simples explicar porque as pessoas engordam: ingerem mais calorias do que gastam. Mas são várias as razões deste desbalanço, e os fatores genéticos são os mais importantes. Os hábitos familiares e os comportamentos aprendidos desde a infância relacionam-se com os fatores genéticos sendo importantes determinantes da doença.
Nas sociedades modernas a diminuição da atividade física e a facilidade na obtenção de alimentos também é um fator essencial para o aumento da obesidade. Apesar de que quando iniciamos a atividade física aumentamos a nossa necessidade de alimento, o mesmo não ocorre no sentido oposto. Um corpo parado não necessita de muito menos alimento, e engordamos.
Outras causas importantes da obesidade são perturbações emocionais e a maneira de lidar com elas, certas condições de saúde (como na doença de Cushing) e o uso de certos medicamentos.
A obesidade tem vários efeitos sobre o individuo tanto em sua saúde,m causando doenças cardiovasculares, hipertensão, diabete, apnéia do sono, como psicológicas,como a diminuição da auto-estima, o isolamento social, privação de atividades por vergonha, etc.
Tratamento
Os tratamentos para os transtornos alimentares envolve uma abordagem abrangente. Médicos, terapeutas, nutricionistas, fisiologistas do exercício, enfim, uma equipe. Em geral esta equipe é orientada por um dos profissionais envolvidos muito freqüentemente o médico. A abordagem multiprofissional nos parece a ideal.


O uso de medicamentos especialmente para a AN para BN deve ser de responsabilidade do psiquiatra. Estas doenças são abordadas com medicação especifica e psicoterapia analítica ou terapia cognitivo-comportamental. Na obesidade o psiquiatra além do endocrinologista pode fazer o tratamento utilizando medicamentos específicos para aumentar a sensação de estar satisfeito com o que comeu (saciedade), diminuir a absorção de gorduras e diminuir a fome. Além disso ele pode fazer uma abordagem psicoterapêutica, tentando ajudar na resolução dos conflitos, na conscientização da doença, na mudança de comportamentos alimentares.

TRANSTORNOS DA ADOLESCÊNCIA


A adolescência é uma fase de ouro em nossas vidas: preciosa e difícil! Nela tudo acontece: o que amamos de manhã podemos odiar à noite e desprezar à tarde.  Um mundo de conquistas é o que o adolescente vê pela frente. São cheios de energia mas preguiçosos, barulhentos mas se comunicam mal com os adultos que também não conseguem se comunicar com eles. Querem experimentar tudo mas os adultos, especialmente os pais, os impedem. São auto-suficientes nas escolhas mas dependentes financeiramente. De um lado eles estão lutando por mais liberdade, do outro estão seus pais reclamando que eles querem liberdade demais. É uma guerra interna de hormônios, sexualidade, vontade, anseio de ser aceito pelos pares. O corpo muda, cresce tudo, ou não cresce como queria, muda a voz, o cheiro, as espinhas, a obesidade – pobres adolescentes! Pobre pais!
Chamamos de puberdade o processo de mudança física no qual aparecem as características sexuais secundárias, isto é, crescimento dos quadris e dos seios nas meninas e o crescimento da barba e agravamento da voz nos meninos. Começa com a fase inicial (de 11 a 14 anos), quando o impulso sexual já pode iniciar, e atinge seu auge aos 17 ou 18, já que os hormônios vão aumentando ao longo da adolescência até atingir os níveis mais altos da vida. Um fato curioso é que tais hormônios também alteram a atividade das glândulas sebáceas causando aumento da oleosidade da pele gerando espinhas. A libido é imensa e os jovens liberam as necessidades sexuais masturbando-se, o que é uma forma muito segura de fazê-lo. Assim o imaginário popular não demorou a formular a idéia falsa de que masturbação causa espinhas. Como descrevemos, ambos têm a mesma causa, isto é, a puberdade, mas um não causa o outro.
Por falar em espinhas os adolescentes se comparam muito quanto a esta questão, assim como se comparam quanto a altura, seios pequenos ou muito grandes em meninas, altura etc. Eles são cruéis e ao mesmo tempo sensíveis às opiniões de seus amigos.
Na adolescência intermediária (14 a 17) os adolescentes experimentam as grandes paixões de sua vida, por vezes inalcançáveis, por pessoas da mesma idade ou mais velhas. E nesta fase eventualmente acontece uma relação homossexual. Os jovens devem obter apoio e entender que ter tal relação não define se ele é homo ou heterossexual. Foi apenas motivada pela ocasião, pelos impulsos, pelo desejo ainda em formação.  No entanto para outros a orientação homossexual já está determinada nesta fase. Estes jovens podem necessitar da ajuda do psicoterapeuta para lidar com esta orientação.
A primeira menstruação acontece entre as fases inicial e intermediária da adolescência. Por incrível que pareça as adolescentes ainda não recebem informações de seus pais. Hoje em dia porém isto é compensado pelas amigas, pela internet, na escola, etc.
A fase final ocorre entre 17 e 20 anos, quando se consolidam as principais mudanças que irão persistir no inicio da vida adulta. Em geral nesta fase o adolescente enfrenta o que considero, em situações normais,  o primeiro desafio “adulto” da vida: o vestibular. Este monstro-de-sete-cabeças gera tanta angústia que não são raras as vezes que estes jovens heróis necessitam de apoio terapêutico e eventualmente medicamentos. 
Transtornos da Adolescência.

As doenças mentais que acometem os adultos também atingem os adolescentes. Elas devem ser tratadas e os adolescentes orientados sobre elas. Além disso eles podem se envolver perigosamente com álcool, drogas pesadas, promiscuidade com risco para doenças graves como hepatites B e C e AIDS.
Pela própria natureza heróica desta fase é grande o risco de acidentes em atividades como escalada, pára-quedismo, surf ou até panaquices com o carro na mão. Na adolescência fazemos coisas que jamais esqueceremos, boas e más.
A gravidez na adolescência mesmo não sendo uma doença não é uma experiência tida como boa, especialmente agora que se espera das mulheres terem uma profissão, já que o casamento é uma maneira de somar ganhos e dividir despesas. Assim o início da vida fica todo atrapalhado. Em geral mãe adolescente não consegue cuidar ou cuida mal de seu filho. Por vezes eles têm de ser criados pelos avós jovens, também cheios de tarefas e ainda se firmando em varias áreas como no trabalho. Poucas casam com os pais de seus filhos, em geral também adolescentes que mal cuidam de si mesmos e quando casam em geral separam. Muitas vezes recorrem a abortos em clínicas clandestinas com risco até de morte. É também na adolescência que meninas e meninos entram para a prostituição muitas vezes como um meio de se sustentarem, ajudar a família, sustentar os filhos e por vezes o vicio quando há dependência de drogas.

Proposta
Muito destes problemas podem ser evitados ou resolvidos com a ajuda do terapeuta. O profissional sensível aos problemas da adolescência tentara fazer um vínculo de confiança com o jovem e estabelecer um acordo com os pais quanto a limites. Também identificará doenças da esfera da depressão e ansiedade e tentará estabelecer uma estratégia terapêutica.

TRANSTORNOS DA SEXUALIDADE


   A sexualidade humana é única entre os seres vivos. No entanto cada individuo tem suas próprias características. Nós humanos temos muito em comum nesta esfera e no entanto não há nada mais pessoal. Está em nossas mãos e ao mesmo tempo somos regidos por forças maiores que nós. Um bom exemplo disto é o homossexualismo.Esta claro que não se escolhe a orientação sexual. Quem tem homossexualidade nasce com ela. O que se escolhe é a expressão desta tendência. Por exemplo, por razões religiosas o individuo pode escolher não atuar sua homossexualidade. Ainda sim estamos diante de uma sexualidade normal.

Sexualidade envolve o desejo, a preparação e o cuidado do corpo e da mente, a cultura de nosso meio e de nossos pais, a atração física, a admiração, a idade, enfim, tudo o que envolve a escolha de nosso parceiro. Também fazem parte da sexualidade as palavras ditas e ouvidas, o olhar, o cheiro, o toque, o ambiente, “o clima”. Por fim, o prazer, seja com a penetração, a masturbação e tantas outras formas de auto e hetero-estimulação,até o orgasmo e o relaxamento. A sexualidade normal não deveria ser acompanhada de culpa, ansiedade ou compulsão.
A masturbação em geral é um precursor normal na criança e no adolescente da a maturidade sexual do adulto. Não há atividade sexual mais discutida, condenada e universalmente praticada. Quase todos os homens e 75% das mulheres a praticam. Portanto é sexualidade normal, exceto quando foge do controle do individuo que não consegue adaptá-la às situações sociais e apresenta perda de desempenho em suas atividades.
Por fim, e não menos importante, faz parte da sexualidade normal do ser humano o amor. Uma pessoa capaz de dar e receber amor com pouco ou nenhum medo e conflito tem a capacidade de desenvolver um relacionamento efetivamente íntimo. E intimidade é o fator essencial do relacionamento maduro. Muitas pessoas sofrem por não conseguir integrar o amor em sua sexualidade. Isto as deixam incompletas pois impede o comprometimento e a intimidade, diminuindo sentimentos de adequação e auto-estima.
Sexualidade Anormal.
Qualquer dos transtornos que vamos descrever a seguir podem acontecer isoladamente ou com outros transtornos.

Transtorno do desejo sexual:
Pode acontecer com homens e mulheres, caracterizando-se por diminuição ou ausência de desejo sexual, alem de aversão e fuga do contato sexual.

Transtorno da excitação sexual:
Na mulher é muito comum, muito relacionado à culpa, ansiedade e medo. No homem, também conhecido como transtorno de ereção, impotência ou disfunção erétil, as causas podem ser orgânicas, psicológicas ou mistas. Em homens jovens e de meia idade são mais de natureza psicológica.

ATENÇÃO: Em homens que têm boa ereção ao se masturbar, pela manhã ou eventualmente com outras parceiras que não a habitual, as causas orgânicas estão praticamente descartadas. Portanto, EXAMES CAROS PODEM SER EVITADOS.
Também acontecem transtornos eréteis pelo uso de certos medicamentos e drogas.
Transtornos do orgasmo:
A anorgasmia é o retardo ou a inibição freqüente do orgasmo seja durante o coito ou a masturbação. Numerosas são as causas, e o mais comum em mulheres são medo exacerbado de gravidez, da rejeição do corpo, de danos à vagina, além de culpa e hostilidade dirigida ao parceiro. No homem a anorgasmia ocorre por perda da atração sexual pela parceira, pressões quanto ao seu desempenho sexual, ejaculação retardada - esta muito comum com o uso de certos medicamentos. Pode acontecer também por razões psicológicas, depressão, ansiedade, déficit de atenção. As mulheres também tem retardo ou inibição do orgasmo por efeito colateral de certos medicamentos.
O termo ejaculação precoce é usado no caso do homem quando este atinge o orgasmo muito antes do tempo desejado, impedindo um prazer maior do casal. Preocupações com o desempenho, ansiedade, medo da parceira são as principais causas deste problema.

Transtornos sexuais dolorosos:
Dispareunia é a dor genital durante ou após o ato sexual sem uma causa física. Muito mais comum em mulheres mas pode ocorrer em homens, em geral associada a tensão, medo, abuso ou estupro. A dor não é fingida, é real e o ato sexual é desagradável ou insuportável.

Vaginismo é  a contração involuntário a vagina interferindo na penetração e no ato sexual.
Expressões Anormais da Sexualidade (Parafilias).
Estes comportamentos podem variar da quase normalidade até um comportamento destrutivo para a comunidade que vive o doente. São as mais importantes:

Exibicionismo: Gostar de se exibir-se para o parceiro é normal e parte do ritual sexual. Mas o impulso recorrente, em geral no homem, de expor os genitais a um estranho ou pessoa desavisada, em geral mulher, caracteriza o transtorno sexual exibicionista.
Fetichismo: O uso de objetos como sapatos, luvas, roupas, meias é muito comum como parte da vida sexual normal de muitas pessoas. Mas quando uma pessoa se interessa mais por um objeto em si do que pelo parceiro e não consegue obter prazer sem o uso de tais objetos, ele apresenta um transtorno sexual fetichista.
Frotteurismo: Quando o namorado esfrega o pênis contra as nádegas da namorada vestida durante um “amasso”, isto faz parte, é normal. Mas se o individuo faz isso em situações de aglomeração (ônibus, metro, shows) e este ato é a única fonte de prazer, estamos diante de um transtorno sexual frotteurista.
Pedofilia: Em nossa cultura, abordar sexualmente um criança até 13 anos é crime. Assim, ter impulso ou excitação sexual recorrente dirigida a crianças é um transtorno sexual pedófilo. Esses pacientes em geral chegam ao médico trazidos pelo cônjuge, pela pressão da comunidade ou por ordem judicial.
Masoquismo Sexual: Levar um tapinha, uma mordida ou um apertão pode fazer parte do universo sexual de muitas pessoas normais. Mas pessoas que não conseguem ter prazer com outra modalidade sexual que não ser espancado, humilhado, queimado, amarrado, seja de maneira real ou imaginária, sofre de masoquismo sexual.
Sadismo Sexual: É o outro lado da moeda e é transtorno quando é a única forma de obter prazer. Muitas vezes é tão grave que aparece relacionado com estupro e assassinato.
O sadismo e o masoquismo com freqüência aparecem juntos de modo que casais sado-masoquistas por vezes invertem os papéis.
Voyeurismo: Olhar e ter prazer vendo a namorada se despir ou fazer um “strip-tease” é parte do universo sexual de muitas relações normais. Mas quando o individuo só tem prazer e só busca ou se preocupa com o observar pessoas desavisadas ou não, nuas, se despindo ou vestindo ou tendo relação sexual, ele sofre transtorno sexual voyeurista.
Escatologia por telefone ou internet: Ter conversas eróticas com seu parceiro por telefone pode ser muito estimulante para sua vida sexual, mas quando os telefonemas ou mensagens obscenas são uma preocupação constante e exacerbada, dirigida a uma pessoa desavisada, estamos diante de um transtorno sexual escatológico. Esta prática, hoje em dia muito freqüente pela internet, até permite encontro e relacionamentos reais e duradouros. No entanto é especialmente perigoso para crianças e adolescentes abordados por pedófilos que se utilizam da ferramenta para encontrarem e molestarem suas vítimas.
Parcialismo: Alguém pode se sentir atraído pelos pés de sua amada ou pelo tórax robusto de seu amado. Mas quando alguém fixa toda sua atenção sexual em uma parte do corpo excluindo as demais, estamos diante de um parcialismo. É considerado uma parafilia já que o individuo não consegue relacionar-se com a outra pessoa como um todo.
Há ainda tantas outras parafilias quanto a mente humana pode criar e que você deve ter notado não foram abordadas, mas está claro que o essencial das parafilias é a fixação em uma modalidade sem abertura para outras possibilidades, além das práticas criminosas.
TRATAMENTOS

Foram descritos vários transtornos da esfera sexual. Cada um apresenta um tratamento especifico envolvendo vários medicamentos, terapia de base analítica e comportamental. O psiquiatra é o profissional mais indicado para abordar o paciente do ponto de vista farmacológico e terapêutico. Particularmente o apoio do profissional especializado tem ajudado muitos casais a resolverem e melhorarem suas vidas sexuais.

Diferença entre Paixão e Amor...

Você sabe nomear seus sentimentos? Reconhece quando seu coração está batendo apaixonadamente ou amorosamente? Acredita que existe diferença? Pois saiba que até existe, mas saber reconhecer o que sente deve servir mais para que você aja de modo coerente do que para classificar, julgar ou quantificar uma relação. 

Claro que é compreensível querer saber se o que está chacoalhando seus dias e até tirando o seu sono é mesmo amor ou somente uma paixão. Talvez uma “paixonite aguda” que logo vai passar? É verdade: quando a gente consegue ter essa noção, fica muito mais fácil fazer escolhas e não se arrepender depois. 

O fato é que, para descobrir a resposta, em geral é preciso dar tempo ao tempo e observar, manter-se conectado. Porém, para algumas pessoas, parece que obter certezas sobre o que estão sentindo é o que vai garantir o sucesso ou o fracasso do encontro. Ledo engano. Equívoco primário. Certezas não existem, para começo de conversa. E depois, a questão se trata mais de fases possíveis, a começar pela paixão e evoluir para o amor, do que de diferenças propriamente. 

Quando não é saudável, a paixão é capaz de transtornar, desviar a rota, fazer perder o rumo de casa. Como semente ruim em terra boa, ou semente boa em terra ruim. Ou ainda, semente ruim em terra não preparada. Pode tornar o apaixonado passível de atos passionais. Impensados, insanos, perigosos. Nestes casos, o melhor é procurar ajuda, tratamento, cura. Porque a paixão pode virar doença. 

Mas quando é saudável, paixão é deslumbramento. É projeção sobre o outro do melhor que conseguimos enxergar no mundo e nas pessoas. Paixão, mesmo avassaladora, quando sã é sinônimo de potência – força para fazer nascer o amor. Isto é, paixão é vida. Desarma. Dá coragem para a entrega, para a aposta, para uma das tentativas mais desafiantes as quais somos submetidos durante a vida. 

E assim, amadurece. Ganha forma e força. Rompe os obstáculos, cresce e floresce. Torna-se amor. Mas o que atormenta muitas pessoas é a dúvida: e daí? Nunca mais paixão? Nunca mais fogo que arde, consome e faz pulsar? Nunca mais o frio na barriga, o aceleramento cardíaco, o suor que é, ao mesmo tempo, inoportuno e essencial? 

Eu diria que nunca mais do mesmo jeito. Mas muitas vezes de jeitos novos. E isso não é demagogia! A grande magia do amor é sua capacidade de se mover, de dançar, de provocar ritmos e convidar ao desconhecido de si mesmo. Amar inclui um sem fim de sensações. Diria até que, ao contrário do que os inocentes ou desavisados supõem, inclui dor, raiva, medo, vontade de ir embora, irritação e saco cheio da rotina. Mas depois de tudo, se for mesmo amor, a incrível e inexplicável capacidade de renascer, refazer-se! 

Amar é se ver no outro. É ver o outro em si. É descobrir que o outro nem sempre é príncipe ou princesa. Muitas vezes, torna-se sapo, perereca e até lobos e bruxas. Amar é a mais incrível experiência humana. Portanto, uma experiência lindamente cheia de furos, imperfeições e remendos. 

Quem espera um amor perfeito, feito teorias cor-de-rosa sobre almas gêmeas e felicidade eterna; quem espera o “para sempre” assim, feito conto de fadas que “dá para sempre certo” depois de lutar contra dragões e serpentes, não conseguirá vivenciar o grande encontro. Mas quem acredita que o amor exclui a paixão, o riso bobo e gratuito, a poesia brega e a música que não sai da cabeça, o bilhete inesperado, a flor roubada, os beijos demorados e as lágrimas que suplicam pelo outro, também não conseguirá vivenciar o grande encontro. 

Paixão pode nascer e nunca se tornar amor. Amor pode nascer sem ter tido tempo de experimentar a paixão. Mas o que importa mesmo é ter coragem de apostar, recomeçar, arriscar, persistir e, a despeito de todas as provações, resistir e manter-se dedicando. Amor de verdade, com o vai-e-vem da paixão, é refazer as escolhas e relembrar-se do que é bom. É olhar nos olhos do outro e ainda se encontrar aqui e aí!

Por isso, amem intensamente e tente olhar no outro as melhores qualidades e o futuro que possam construir juntos!!!


domingo, 15 de julho de 2012

VAMOS COMEMORAR HOJE DO DIA DOS HOMENS NO BRASIL!!!


Após alguns anos finalmente vem o reconhecimento e a comemoração do DIA DOS HOMENS NO BRASIL! (O Dia do Homem no Brasil é celebrado em 15 de julho. A data, criada pelo médico Jerome Teelucksingh, de Trinindad e Tobago, em 1999, com apoio da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Saúde (UNESCO), foi estabelecida para estimular a população masculina a cuidar da saúde. Internacionalmente comemora-se no dia 19 de novembro).



Agradeça seu tataravô, bisavô, avô... sem eles você não existiria, pois seu pai não teria nascido e contribuído pelo seu nascimento, independente se seu pai é um bom, mau, ausente, presente, vivo, falecido, desconhecido, ... não importa...sem o consentimento desse HOMEM você não estaria aqui hoje. Eles podem não ter o papel fundamental das mães, avós, bisavós e tataravós, mas têm seu papel importantíssimo na vida de cada um de nos.


Muitos enfrentam a crise de ter que provar diante da sociedade que é mantenedor do sustento da família, e tornam-se vergonha diante da sociedade quando são ajudados ou sustentados por suas esposa...isso é tabu, pois o verdadeiro significado de Família e do Casal é de um ajudar o outro, independente de quem ganha mais!

Desde a antiguidade a luta diária do HOMENS era caçar animais para o sustento da família, portanto isso é inato, vem dos nossos ancestrais, então não se zanguem por eles estarem mais ausente por trabalharem demais, viajarem, ou estarem sempre cansado... portanto mulheres vamos reverenciar esses “Seres” tão especiais que fazem parte de nossas vidas, seja como filho, marido, irmão, pai, tio, avô, bisavô ou tataravô...

FELIZ DIA DOS HOMENS!!!


E mulheres agradeçam a Deus por terem ao seu lado uma pessoa a qual pode se orgulhar pelas qualidades que somente os HOMENS possuem!

Um forte abraço e não esqueçam de abraçar e dar um beijo nos HOMENS de sua vida hoje!!!


 
Renata Milazzotti
Psicóloga Clínica e Orientação Profissional
CRP 06/65865
Consultório: (11) 2366-3218
Celular SP (11) 9741-4017
Site: www.renatamilazzotti.com.br
Skype: psicologa.renatamilazzotti





sábado, 21 de abril de 2012


PESSOAS COM ALZHEIMER SOFREM MUDANÇAS CEREBRAIS ANTES DE PERDA DE MEMÓRIA.

As pessoas que desenvolvem o mal de Alzheimer exibem mudanças na estrutura do cérebro anos antes de demonstrarem sinais de perda de memória, destaca um estudo americano.
A descoberta pode permitir aos médicos identificar as pessoas com risco de desenvolver os problemas cognitivos que levam à devastadora enfermidade cerebral.
A pesquisa baseou-se em um pequeno estudo com 136 pessoas acima de 65 anos, que foram submetidas a análises cerebrais e testes cognitivos regularmente, durante um período de cinco anos.

Ao final do estudo, 23 voluntários haviam desenvolvido uma condição conhecida como perda cognitiva leve (MCI) e, entre eles, nove desenvolveram o mal de Alzheimer, um distúrbio cerebral progressivo.
Quando os cientistas compararam as imagens cerebrais das 23 pessoas que desenvolveram problemas de memória com os 113 voluntários que não registraram os problemas, descobriram que o primeiro grupo tinha menos matéria cinzenta em áreas do cérebro vinculadas à memória que o segundo grupo, mesmo quando o funcionamento do cérebro era normal.
"Descobrimos que as mudanças na estrutura cerebral estão presentes em pessoas clinicamente normais uma média de quatro anos antes do diagnóstico de MCI", disse Charles Smith, autor do estudo e especialista em memória e envelhecimento da Universidade Kentucky Medical Center em Lexington.
"Sabíamos que as pessoas com MCI ou mal de Alzheimer tinham menos volume cerebral, mas não sabíamos se estas mudanças nas estruturas cerebrais existiam e em até que grau, antes que começasse a perda de memória", acrescentou.

Além disso, os indivíduos que desenvolveram problemas de memória tinham pontuações menores nos testes cognitivos no início do estudo, embora os resultados tivessem ficado dentro dos parâmetros de normalidade.

Pesquisas da France Presse, em Chicago.O estudo foi publicado na edição desta terça-feira do "Neurology", periódico científico da Academia Americana de Neurologia.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

TERAPIA DO ELOGIO

Renomados terapeutas que trabalham com famílias, divulgaram uma recente pesquisa onde nota-se que os membros das famílias brasileiras estão cada vez mais frios: Não existe mais carinho, não valorizam mais as qualidades e só se ouvem críticas.

As pessoas estão cada vez mais intolerantes e se desgastam `valorizando os defeitos' dos outros.
Por isso, os relacionamentos de hoje não duram.
A ausência de elogio está cada vez mais presente nas famílias de média e alta renda. Não vemos mais homens elogiando suas mulheres ou vice-versa, não vemos chefes elogiando o trabalho de seus subordinados, não vemos mais pais e filhos se elogiando; amigos, etc.

Só vemos pessoas valorizando artistas, cantores, pessoas que usam a imagem para ganhar dinheiro e que, por conseqüência são pessoas que tem a obrigação de cuidar do corpo, do rosto.

Essa ausência de elogio tem afetado muito as famílias.

A falta de diálogo em seus lares, o excesso de orgulho impede que as pessoas digam o que sentem e levam essa carência para dentro dos consultórios. Acabam com seus casamentos, acabam procurando em outras
pessoas o que não conseguem dentro de casa.

Vamos começar a valorizar nossas famílias, amigos, alunos, subordinados.
Vamos elogiar o bom profissional, a boa atitude, a ética, a beleza de nossos parceiros ou nossas parceiras, o comportamento de nossos filhos.
Vamos observar o que as pessoas gostam. O bom profissional gosta de ser reconhecido, o bom filho gosta de ser reconhecido, o bom pai ou a boa mãe gostam de ser reconhecidos, o bom amigo quer se sentir querido, a boa dona de casa valorizada, a mulher que se cuida, o homem que se cuida, enfim vivemos numa sociedade em que um precisa do outro; é impossível um homem viver sozinho, e os elogios são a motivação
na vida de qualquer pessoa.

Quantas pessoas você poderá fazer feliz hoje elogiando de alguma forma?
Comece agora!

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

O Crescimento do Cérebro

O processo de memorização é complexo envolvendo sofisticadas reações químicas e circuitos interligados de neurônios.

As células nervosas ou neurônios, quando são ativadas liberam hormônios ou neurotransmissores que atingem outras células nervosas através de ligações denominadas sinapses.

Os fatos antigos naturalmente têm mais tempo de se fixar em nosso banco de dados e daí sua melhor fixação, o que não ocorre com fatos recentes, que têm pouco tempo para se fixarem e ainda podem ter sua capacidade de fixação alterada por razões relacionadas a variações de estado emocional ou a problemas de ordem física.

Você sabia que toda vez que você aprende alguma coisa ou adquire alguma experiência, as células do seu cérebro sofrem uma alteração e essa alteração refletirá em seu comportamento?

Por exemplo, se você já passou por uma rua à noite e percebeu que ali haviam pessoas com aparência estranha e perigosa, você evitará passar por aquela rua novamente.

Ou, se uma criança levou um choque ao colocar o dedinho dentro de uma tomada elétrica, ela nunca mais emitirá aquele comportamento.

Nestes exemplos, o comportamento foi modificado em decorrência de uma experiência.Cadacélula cerebral(ou neurônio)contribui para o comportamento e para a atividade mental, conduzindo ou deixando de conduzir impulsos.

Todos os processos da memória são explicados em termos dessas descargas.

Neurônio



Neurônios recebem sinais nervosos de axônios de outros neurônios. A maioria dos sinais é liberada aos dendritos (1). Os sinais gerados por um neurônio são enviados através do corpo celular (2), que contém o núcleo (2a), o "armazém" de informações genéticas. Axônios (3) são as principais unidades condutoras do neurônio. O cone axonal (2b) é a região na qual os sinais das células são iniciados. Células de Schwann (6), as quais não são partes da célula nervosa, mas um dos tipos das células gliais, exercem a importante função de isolar neurônios por envolver seus processos membranosos ao redor do axônio formando a bainha de mielina (7), uma substância gordurosa que ajuda os axônios a transmitirem mensagens mais rapidamente do que as não mielinizadas. A mielina é quebrada em vários pontos pelos nodos of Ranvier (4), de forma que em uma secção transversal o neurônio se parece como um cordão de salsichas. Ramos do axônio de um neurônio (o neurônio pré-sináptico) transmitem sinais a outro neurônio (o neurônio pós-sináptico) em um local chamado sinapse (5). Os ramos de um único axônio podem formar sinapses com até 1000 outros neurônios.







Fig.1. A Estrutura do Neurônio. Um neurônio típico tem quatro regiões morfologicamente definidas: dendritos (1), corpo celular (2), axônio (3), e terminais pré-sinápticos (5).



As alterações celulares decorrentes da aprendizagem e memória são chamadas de plasticidade.

Elas se referem a uma alteração na eficiência das sinapses e podem aumentar a transmissão de impulsos nervosos, modulando assim o comportamento.

A experiência pode se dar por uma aprendizagem ativa ou pela convivência em lugares enriquecidos com indivíduos, cores, música, sons, livros, cheiros, etc.

Em laboratórios científicos também foi possível demonstrar que ratinhos apresentam um número muito maior de células cerebrais interconectadas umas com as outras quando eles vivem em conjunto em uma gaiola cheia de brinquedos como rodinhas, bolas, etc., do que os ratos que vivem em uma gaiola sozinhos e sem nada para fazer ou aprender.

Alguns dos maiores estudiosos do fenômeno da aprendizagem e memória na década de 40, Donald Hebb, de Montreal , e Jersy Konorski, da Polônia, foram os primeiros a acreditar que a memória deve envolver mudanças ou aumentos nos circuitos nervosos.

Circuitos nervosos são conjuntos de neurônios que se comunicam entre si através de junções denominadas de sinapses.





Retirado de Racicocínio Lógico Matemático, 2002. Tese de doutorado de Waldemar de Maio

Quando uma célula é ativada, é desencadeada a liberação de substâncias químicas nas sinapses, chamadas neurotransmissores, tornando-as mais efetivas. Pesquisas encontraram que neurônios "exercitados" possuem um número maior de ramificações (dendritos) se comunicando com dendritos de outros neurônios.

Assim, para que as memórias sejam criadas, é preciso que as células nervosas formem novas interconecções e novas moléculas de proteína.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Tipos e Características da Memória

Pense na diferença entre memorizar a data de aniversário de alguns amigos versus aprender a andar de bicicleta.

As diversas coisas que aprendemos e lembramos não são processadas sempre pelo mesmo mecanismo neural.

Existem diferentes categorias de memórias, entre elas estão:

A memória ultra-rápida cuja retenção não dura mais que alguns segundos.

A memória de curto prazo (ou curta duração), que dura minutos ou horas e serve para proporcionar a continuidade do nosso sentido do presente

A memória de longo prazo (ou de longa duração), que estabelece engramas (ou traços duradouros (dura dias, semanas ou mesmo anos).

Você acaba de ouvir o telefone ditado por alguém, mas em poucos segundos é incapaz de se lembrar de parte ou de todos aqueles números. Por que ?

Esta memória é temporária e limitada em sua capacidade, sendo armazenada por um tempo muito curto no cérebro, da ordem de milisegundos a poucos minutos. É a memória de curta duração.

Para que ela se torne permanente, ela requer atenção, repetições e idéias associativas. Mas, através de um mecanismo ainda não conhecido, você pode se lembrar subtamente de um fato esquecido, como aquele número de telefone que havia esquecido.

Neste caso, a informação foi armazenada na memória de longa duração que é mais permanente e tem uma capacidade muito mais ampla.

Para uma boa explicação sobre como é formada a memória de longa duração, veja o artigo do Prof. Izquierdo Os Labirintos da Memória.

O processo de armazenar novas informações na memória de longa duração é chamado de consolidação.

A memória para datas (ou fatos históricos e outros eventos) é mais fácil de se formar, mas ela é facilmente esquecida, enquanto que a memória para aprendizagem de habilidades tende a requerer repetição e prática.

Uma elaboração do conceito da memória de curta duração que tem sido feita nos últimos anos é a memória operacional (veja abaixo), um termo mais genérico para o armazenamento da informação temporária.

Muitos especialistas consideram memória de curta duração e memória operacional como a mesma coisa.

Entretanto, uma característica chave que distingue uma da outra é, não somente o seu aspecto operacional, como também as múltiplas regiões no cérebro onde o armazenamento temporário ocorre.

Isto implica que nós podemos não ser conscientes de todas as informações armazenadas ao mesmo tempo na memória operacional, nas diferentes partes do cérebro. Tomemos o exemplo de dirigir um carro. Esta é uma tarefa complexa que requer diversos tipos de informações processados simultaneamente, tais como a informação sensorial, cognitiva e motora.

Parece improvável que estes vários tipos de informação sejam armazenados em um único sistema de memória de curta duração.

Nossa habilidade de lembrar eventos não se reflete na operação de um único sistema de memória, mas em uma combinação de no mínimo duas estratégias usadas pelo cérebro para adquirir informação. Uma das estratégias é denominada de memória explicita, ou memória declarativa, requerendo participação consciente e envolvendo o hipocampo e o lobo temporal. a outra estratégia é a memória implícita, a qual não requer participação consciente, utilizando estruturas não corticais. Vejamos o significado de cada uma delas.





Memória operacional - é crucial tanto no momento da aquisição como no momento da evocação de toda e qualquer memória, declarativa ou não. Através dela armazenamos temporariamente informações que serão úteis apenas para o raciocínio imediato e a resolução de problemas, ou para a elaboração de comportamentos, podendo ser esquecidas logo a seguir. Em outras palavras, ela mantém a informação viva durante poucos segundos ou minutos, enquanto ela está sendo percebida ou processada. Armazenamos em nossa memória operacional, por exemplo, o local onde estacionamos o automóvel, uma informação que será necessária até o momento de chegarmos até o carro. Esta forma de memória é sustentada pela atividade elétrica de neurônios do córtex pré-frontal (a área do lobo frontal anterior ao cortex motor). Esses neurônios interagem com outros, através do cortex entorrinal, inclusive do hipocampo, durante a percepção, aquisição ou evocação.

Memória declarativa (ou explícita) é a memória para fatos e eventos, por exemplo, lembrança de datas, fatos históricos, números de telefone, etc. Reúne tudo o que podemos evocar por meio de palavras (daí o termo declarativa). Subcaracterizada em

• episódica- quando envolve eventos datados, isto é relacionados ao tempo. Usamos a memória episódica, por exemplo, quando lembramos do ataque terrorista em 11 de setembro.

• semântica- Abrange a memória do significado das palavras (do latin "significado").



É a co-participação partilhada do significado de uma palavra que possibilita às pessoas manterem conversas com significado. A memória semântica ocorre quando envolve conceitos atemporais. Usamos este tipo de memória ao aprender que Einstein criou a teoria da relatividade, ou que a capital da Itália é Roma.



Memória não-declarativa (ou implícita) - Se difere da explícita (declarativa) porque não precisa ser verbalizada (declarada). É a memória para procedimentos e habilidades, por exemplo, a habilidade para dirigir, jogar bola, dar um nó no cordão do sapato e da gravata, etc. Pode ser de quatro subtipos.

• memória adquirida e evocada por meio de "dicas" (Priming) (ou memória de representação perceptual) - que corresponde à imagem de um evento, preliminar à compreensão do que ele significa. Um objeto, por exemplo, pode ser retido nesse tipo de memória implícita antes que saibamos o que é, para que serve, etc. Considera-se que a memória pode ser evocada por meio de "dicas" (fragmentos de uma imagem, a primeira palavra de uma poesia, certos gestos, odores ou sons).

• memória de procedimentos - refere-se às habilidades e hábitos. Conhecemos os movimentos necessários para dar um nó em uma garvata, nadar, dirigir um carro, sem que seja preciso descrevê-lo verbalmente.

• memória associativa

• memória não-associativa - Estas duas últimas estão estretitamente relacionadas a algum tipo de resposta ou comportamento. Empregamos a memória associativa, por exemplo, quando começamos a salivar pelo simples fato de olhar para um alimento apetitoso, por termos, em algum momento de nossa vida associado seu aspecto ou cheiro à alimentação. Por outro lado, usamos a memória não associativa quando, sem nos darmos conta, aprendemos que um estímulo repetitivo, por exemplo, o latido de um cãozinho, não traz riscos, o que nos faz relaxar e ignorá-lo.





Adaptado de 1

O hipocampo e o cortex temporal (veja abaixo) parecem estar envolvidos na formação da memória declarativa, mas não na memória de procedimentos. Enquanto que certos núcleos do cerebelo e medula espinhal parecem ser necessários para a formação de memórias de procedimento, mas não intervêm na memória declarativa. Devido a esta organização anatômica, assume-se que a memória declarativa é controlada por mecanismos cerebrais superiores, enquanto que a memória de procedimentos parece depender de sistemas e regiões inferiores.